Espaço de divulgação da historia e cultura da localidade de Pascoal, no concelho de Viseu em Portugal. Da autoria e responsabilidade de Delfim Carlos R. Almeida
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Cadernos notas historia Pascoal - caderno 5 - parte II
CADERNOS DE NOTAS PARA HISTORIA DE PASCOAL - CADERNO 5 - PARTE II
7- Marcão na Serra do Crasto
Subi ao Marcão na Serra do Crasto que divide a freguesia de Abraveses e a freguesia de Orgens e as localidades de Pascoal e Quintela, também conhecido pelo povo como “penedinho branco” devido a cor branco com foi pintado. Do alto deste marcão – chamo-lhe marcão exactamente por ser marco mais alto - é que se percebem bem as delimitações da freguesia de Abraveses e de Orgens que tem gerado confusões.
Os homens que procederam a esta delimitações que ocorreram de certeza no século XIX no espaço de tempo balizado entre 1808 quando o Bispo D. Francisco Manuel Monteiro Azevedo criou as Paroquias de Abraveses e de Orgens ou em 1890 quando foram criadas de facto as freguesias de Abraveses e Orgens, eram muito inteligentes pois escolheram sítios naturais (altos, ribeiros, propriedades, etc.) que ainda hoje não oferecem duvidas a quem tenha que se certificar da sua existência. O marcão da Serra do Crasto lá bem no alto e um factor da dita inteligência. A falta de sítios naturais colocou pedras de marcos e também visitei um marco próximo do marcão que delimitas as freguesias de Abraveses, Orgens e Campo. Deste marco tem-se um olhar a vista desarmada sem nenhum obstáculo para o marcão e para outro marco.
Do alto do Marcão em plena Serra do Crasto tem-se uma vista deslumbrante para a cidade de Viseu, Abraveses, Santo Estêvão, Orgens, Convento São Francisco do Monte, São Martinho, Quintela e Pascoal e mais longe a Serra da Estrela.
E de difícil acesso e só pedonal agora facilitado pelo incêndio de Julho 2011 que destrui parte da Serra do Crasto, é um esforço que vale a pena pela magnifica paisagem que de lá se admira e pela noção do espaço da duas freguesias que ali se dividem.
Pascoal, 5 Fevereiro 2011. //////////////////////////////////////////////////////////
8- Quinta da Longarela
A Quinta da Longarela esteve votada ao mais profundo abandono nas últimas três décadas. Durante este período de abandono apenas cresceram as ervas daninhas e muitas arvores que levaram a destruição da casa agrícola e do moinho duas referências de património construído. Mudou de dono e este mandou limpa-la e o moinho foi o primeiro a ficar a descoberto e logo a seguir a casa.
Durante a curta visita só tive oportunidade de ver a casa. É uma casa típica de agricultor com dois andares com escadaria e patamar exterior sem qualquer elemento decorativo no exterior e no interior destaque para o forno.
A Quinta da Longarela é muito antiga já aparecem referencias á sua existência desde o século XVIII no Dicionário Geográfico de 1758.
Pascoal, 8 de Fevereiro 2011.////////////////////////////////////////////////////////
9- Data da Pascoa
A data da celebração da Pascoa não tem data fixa mas é sempre a um domingo e excepcionalmente no ano de 2011 é numa data muito alta a 24 de Abril.
Procurei no Dicionário da Historia de Portugal (edição Livraria Figueirinhas) a entrada “pascoa” para ver se encontrava o porque da data da Pascoa, alta ou baixa.
“A Pascoa é sempre no domingo seguinte a primeira lua cheia depois do equinócio da Primavera. A lua cheia pode ocorrer entre 21 de Março e se este for a um sábado e 18 de Abril se este for a um domingo a Pascoa ocorre entre os dias 22 Março e 25 de Abril”.
No ano de 2011,a primeira lua cheia ocorre a 18 de Abril, segunda-feira e o primeiro domingo a seguir é 24 de Abril.
A data da Pascoal é muito importante para a história de Pascoal pois é a partir dela que se marca a data da festa em honra de Nossa Senhora dos Prazeres, padroeira de Pascoal, mais precisamente no segundo domingo a seguir á Pascoa.
Pascoal, 9 de Fevereiro de 2011.//////////////////////////////////////////////////////
10- Censos IV
Aproveitando os dados dos censos que tive de procurar para o trabalho “ Freguesia de Abraveses – Censos de 1864 – 2001”, realizei um trabalho para a freguesia do Campo tendo como base de comparação as freguesias de Bodiosa, Lordosa, Abraveses e Campo a que dei o nome de “Freguesia do Campo – Censos 1864 a 2001 ”.
Um dos factos que mais me surpreendeu foi evidenciar com muita clareza nos censos de 1981 um fenómeno que quem conhece vem a freguesia do Campo sabe da sua existência sem ter de recorrer aos censos que foi o crescimento demográfico que teve por base os Portugueses regressados das ex-colónias Portuguesas (Angola, Moçambique) que deu origem a dois novos bairros na freguesia do Campo para instalar este desalojados. Os censos de 1981 demonstrão vêm este crescimento.
Pascoal, 23 Fevereiro 2011.////////////////////////////////////////////////////////////
11- Irmandade Nossa Senhora do Rosário – Campo
Uma mão amiga fez conhecer os estatutos da Irmandade Nossa Senhora do Rosário na Paroquia do Campo de Madalena, datados de 1981 e dos quais tirei copia e integrei no Arquivo Contemporâneo da Historia de Pascoal (achp) com a quota 5.40.01.
Uma breve leitura alertou-me para a data em que foi erecta 1623 inscrita no capítulo VII designado por disposições gerais o que não é habitual e me alertou para fazer uma critica externa ou de autenticidade e em particular uma critica de proveniência …
“No sentido de responder as questões seguintes:
• Quem redigiu o documento?
• Quando e onde?
• Como?
• Porque via chegou o documento até nós?”
(Mendes, José M. Amado – A Historia como ciência, Coimbra Editora, p. 125, Coimbra 1987)
Irei realizar a critica de proveniência porque da primeira analise que fiz julgo estarem em conjuntos estatutos de 1910 e os de 1981 sem qual referencia a existência dos estatutos de 1910 e ao mesmo tempo verificar se a mesma Irmandade é já referenciada no Dicionário Geográfico de 1758.
Pascoal, 20 Março 2011.////////////////////////////////////////////////////////////////
12- Fotografias do Século XVIII e XIX
Existem dois documentos, um do século XVIII e outro do século XIX que nos permitem ter duas fotografias de Pascoal e da região envolvente de um tempo em que fotografia não tinha sido descoberta. Os documentos em causa são o Dicionário Geográfico de 1758 e o Portugal Antigo e Moderno de Pinho Leal de 1894.
E o século XX fica sem fotografia?
Pascoal 3 de Maio 2011.////////////////////////////////////////////////////////////////
13- Irmandade da Capela Nossa Senhora da Vitoria – Moselos - I
Vi um livro exposto numa vitrina da Casa do Povo de Abraveses que se designava “Irmandade da Capela de Nossa Senhora da Vitoria – século XVII, Moselos – Campo – Viseu.
Não conhecia a existência deste trabalho escrito nem da irmandade vou procurar encontra-lo e lê-lo.
Pascoal, 1 de Junho de 2011.///////////////////////////////////////////////////////////
14- Irmandade da Capela Nossa Senhora da Vitoria – Moselos – II
Um amigo de Moselos emprestou-me o livro que vi exposto na vitrina da Casa do Povo de Abraveses e da sua leitura surgiu uma pista para uma investigação:
Na pagina 13 do livro “Irmandade da Capela Nossa Senhora da Vitoria – século XVII, Moselos – Campo – Viseu, Viseu 2000 ”encontrei referencia a uma Branca Nunes, mãe de Joana da Fonseca a doadora da Capela de N. Sra. da Vitoria, Moselos. Num outro livro que li de nome “Adonai nos Cárceres da Inquisição – Os cristãos novos de Viseu Quinhentista da autora Maria Teresa Gomes Cordeiro, Viseu 2010 ”encontrei muitas vezes o nome de Branca Nunes liga a processos de Inquisição.
Vou fazer esta investigação porque penso estar-se perante um caso de uma família faz um legado a uma capela e instituiu uma Irmandade para tentar encontra uma forma de tentar tirar o ónus da culpa de ser Judeu e de não lhe deixarem praticar o culto do judaísmo dando a imagem de um piedoso cristão.
Pascoal, 3 de Junho 2011.//////////////////////////////////////////////////////////////
15- Centenário da Republica - Freguesia de Abraveses, terra opositores a Republica
A Freguesia de Abraveses foi uma terra de fortes opositores a Republica tendo em 1913 sido detidos o pároco de Abraveses e outros activista da causa Monárquica. Esta uma das notas de leitura do livro “ Viseu – Roteiros Republicanos dos autores António Rafael Amaro e Jorge Adolfo M. Marques, Viseu 2010”.
Vou tentar seguir este assunto completa-lo com outras fontes no sentido de saber o porquê desta oposição das gentes da freguesia de Abraveses ao regime novo da Republica.
Pascoal, 21 de Junho 2011./////////////////////////////////////////////////////////////
16- Couto do Bispado de Viseu
O bispado de Viseu teve um couto desde o século XIII ao século XVI, mas quais eram a localidade que lhe pertenciam?
Esta pergunta, andou anos sem resposta, mas ao ler internet o livro Viseu – II de Maximiano Aragão do ano 1893, encontrei lá a resposta.
Ao couto do bispo pertenciam as localidades de: Travanca, Barbeita, Moselos, Prime, Pinheiro, Vila Meã, Nogueira, Barreiros, Aviujes, Vila Nova, Casal Fernando, Marzovelos, Jugueiros, Alagoa, Cabanões de Cima, Ferrocinto, Magarelas. Foi instituído no ano 1224 e extinto por ordem de D. João III em 1558 no tempo do bispo de Viseu D. Miguel da Silva. As divergências do Rei D. João III com o bispo D. Miguel da Silva que levaram ao exílio do bispo em Roma no Vaticano.
Pascoal 2 de Julho 2011.///////////////////////////////////////////////////////////////
17- Apontamentos Para a Historia de Viseu
Apontamentos para a história de Viseu na internet dirige-nos para uma página criado por um escritor António João Carvalho da Cruz que me habituei a ler e a admirar desde a mais de 20 anos. Habituei-me a ler os seus textos quando ainda só eram publicados na imprensa local. Perdi-lhe o contacto durante estas duas décadas, mas agora posso voltar a ler os textos que sempre me habituei a ler mas agora na internet. A página é simples mas muito bem apresentada tem os textos que ele publicou sobre Viseu e fotografias antigas e livros antigos.
Uma bom espaço para os amantes da historia de Viseu, que sabem que a historia de Viseu e tudo menos o Viriato importado.
Pascoal, 8 de Julho 2011.//////////////////////////////////////////////////////////////
18- Freguesia de Abraveses – As Difíceis Relações entre a Republica e Igreja de 1912 – 1926
A freguesia de Abraveses foi palco de muitas tensões e difíceis relações entre a Republica representada por a junta de freguesia e a Igreja representada por o pároco José Paiva Coelho e outros populares.
O momento mais difícil das relações entre a Republica e a Igreja ocorreram nos dias 20, 21, e 22 de Outubro 1913 em que o padre José Paiva Coelho, o professor oficial de Abraveses Eduardo Domingos Maia, e Henrique Simões Oliveira todos de Abraveses participaram numa tentativa de derrube da republica mas sem sucesso, acabando os três presos.
Houve muitos episódios que demonstram a difíceis relações entre a Republica e a Igreja em Abraveses mas deve destacar-se que no ano de 1914 houve dois padres de ambos os lados da contenda um como presidente da junta de freguesia o padre Joaquim Manuel Costa Nunes e o outro como pároco da paroquia de Abraveses o padre José Paiva Coelho que estava preso.
Pascoal, 25 de Julho 2011./////////////////////////////////////////////////////////////
19- Freguesia de Abraveses – Trabalhos Escritos
Começa a tomar forma um corpo de trabalhos autónomos mas que juntos muito contam dos 121 anos da freguesia de Abraveses e em particular da Junta Freguesia Abraveses.
• Notas de leitura das actas da JFA
• Cemitérios da freguesia de Abraveses
• Símbolo heráldico da freguesia de Abraveses
• Freguesia de Abraveses - Censos de 1864 – 2001
• Freguesia de Abraveses – As difíceis relações entre a Republica e a Igreja 1912 a 1926.
O trabalho esta ainda incompleto pois falta analisar o período do estado-novo de 1926 a 1974 e o período da democracia 1974 a 1999.
Pascoal 27 de Julho 2011.//////////////////////////////////////////////////////////////
20- Padres da Paroquia de Abraveses
A paróquia de Abraveses instituída em 1808 como um curato anexo a Sé de Viseu, ao longo do séc. XIX foi ganhando autonomia, fruto do trabalho dos seus párocos. Perceber quem foram os párocos que moldaram a paróquia de Abraveses e os seus fiéis é uma tarefa difícil que só tem avançado com dois tipos de fontes os registos de óbitos e conhecimento pessoal desses párocos no tempo.
A listagem incompleta dos párocos é a seguinte:
Padre Bernardino José Lourenço Magalhães – 1864
Padre José Feliz Ferreira e José Coelho Seixas – 1864 / 1877
Padre José Lourenço do Vale – 1877 / 1880
Padre José Rodrigues Barroco – 1885 / 1892
Padre António Fernandes Monteiro – 1892
Padre Luís Ferreira Alves – até 1908
Padre José Paiva Coelho – 1908 / 1914
Padre Manuel Bento Jesus – 1915 / 1931
Padre Manuel Lopes Correia e padre Bernardino Laranjeira – 1932 / 1940
Padre José Afonso de Paiva -1940 / 1950
Padre Fernando Rocha dos Santos 1951 / 1965
Padre Amadeu Lopes Gonçalves 1965 / 1992
Padre António Caetano da Rocha 1992
Esta listagem que penso estar incompleta teve a colaboração de Miguel Simões, in “Abraveses, notas dispersas pagina 11 e 12 ”, sobretudo na fase posterior ao padre José Paiva Coelho a partir de 1908 por conhecimento pessoal dos padres que dirigiram a paróquia de Abraveses.
Pascoal, 28 de Julho 2011.
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